terça-feira, outubro 24, 2006

Debate na Record

Não assisti direito a nenhum debate promovido pelos canais de televisão para esse segundo turno, devido à impropriedade do horário e ao meu corriqueiro sono das 23 horas.
Tento me informar, no dia seguinte ao dia de cada debate, por opiniões de amigos de faculdade e demais meios de comunicação via internet para avaliar, quem, na opinião destes, havia ganho o debate (apesar de na faculdade não existir muita gente pró-alckmin).
O problema de se interpretar, na ótica de cada eleitor fidedigno, qual candidato ganha o debate, é tal qual analisar dentro de um estádio de futebol, diante da efervescente paixão pelo time do coração e, em defesa do próprio , jamais admitir a sua falta de qualidade. ( Meu amigo Alberto, alckmista ferrenho, é o responsável por tal analogia).
Pelo que pude inferir dos poucos momentos que acompanhei, no debate da Record de ontem, foram momentos alternantes entre a calma e a impaciência para os dois candidatos.
Lula se manteve coerente no diálogo sobre política externa, programas sociais e mais outros tantos acertos do seu governo, contudo se atrapalhou com perguntas sobre políticas para deficientes e sobre o tão conhecido cartão de crédito do presidente.
Alckmin pecou pelo excesso de formalismo e por uma linguagem incompreensível, além de não chegar exatamente no tema proposto quando a pergunta era feita pelo candidato Lula. Acertou nas perguntas perniciosas sobre a ética política.

O que realmente, de fato, importa na realização desses debates é se será capaz de atingir o eleitorado no dia seguinte: possibilitando uma mudança brusca na escolha do candidato ou na afirmação mais que definida pelo mesmo.
No momento, é difícil aparecer algo parecido com o caso "Lurien", que derrubou o candidato Lula nas eleições de 1989, no último debate a ser realizado pela Globo na próxima sexta.

Mas em política tudo é possível,penso eu...






3 comentários:

Anônimo disse...

Alto lá! Cuidado com as palavras. "Alckmista ferrenho" eu eu só sou se vc considerar que é a única opção viável a um anti-lulista ferrenho. Na verdade, tou com Alckmin na base da escolha do 'menos pior'. Outra: minha analogia sobre assistir ao debate como quem assiste a uma partida do seu time era dirigida aos lulistas, que formar um grupo ideológica e estrategicamente coeso, à dessemelhança do que apóia o adversário e, sabendo este em desvantagem, preocupa-se com o seu bom ou mau desempenho. Para um petista, o que quer que venha da boca de um 'neoliberal-entreguista-fascista-coronelista-escravista-lacaio-dos-EUA-e-do-capital-especulativo' está automaticamente desqualificado e contaminado das mais abomináveis intenções. Daí um bom desempenho de Alckmin ser interpretado logo como arrogância, prepotência ou qualquer dessas coisas. Ademais, essa de dar uma de 'imparcial' e dizer que ambos tiveram seus defeitos e qualidades evidententemente tende a beneficiar o que teve pior desempenho, como foi o caso de Lula no primeiro debate e, em menor grau, neste último. Levando em conta, claro, as habilidades de articulação e teatralidade, que mais do que falar a verdade contam para uma boa impressão da postura dos candidatos. Tendo em vista isso, a vitória de Lula foi patente no segundo debate. Quanto a dizer a verdade, acho que ninguém acredita sinceramente que está entre as virtudes de Lula, né? O mesmo em relação à coerência, que é mesmo difícil manter em um discurso pautado na mentira. Bom, eu tb não sei a que 'linguagem incompreensível vc se refere', mas penso que considera repetir bordões e insistir em artifícios retóricos primitivos torna o discurso mais acessível à população. Eu particularmente não duvido. Uma coisa eu admito, sem restrições: a propaganda petista é MUITO superior à de seus adversários, e tem sido assim há uns anos. Aliás, é justamente na superioridade da propaganda comunista, historicamente, que eu creio que se baseie a força e a persistência do seu ideário até hoje, uma vez que em teoria social, filosofia e economia são um lixo. Outra observaçãozinha: muito pernicioso o seu uso do termo 'perniciosas' aí... Vc pode pensar que a 'crise ética' será superada pelos 'avanços sociais' do próximo ano, e que a eventual 'escorregada' do PT na corrupção e na ilegalidade não devem comprometer o 'projeto social das esquerdas', mas nem todo mundo precisa concordar com vc. A propósito, não é 'crise ética' coisa nenhuma... Basta um pouquinho de pesquisa histórica para ver que a corrupção e a ilegalidade estão na própria natureza do PT. Por ora, é só isso.

Anônimo disse...

Ah, só um acréscimo: quando eu falei do lixo que são a teoria política, a economia e a filosofia comunistas (em particular as marxistas, que são as mais bem elaboradas), esqueci de mencionar o desastre que foram os resultados, produzindo os regimes mais sangrentos, totalitários, corruptos e produtores de miséria e fome de que já se teve notícia... Mais um ponto para a propaganda vermelha.

Anônimo disse...

E quem acha que o passado comunista de Lula está morto e enterrado sob a grossa malha da legalidade, de modo que o barbudinho teria sido milagrosamente transmutado num líder da esquerda modernizada e chique como a que ocupa os parlamentos europeus (não sem danos sensíveis para as finanças, o bem estar e a cultura dos respectivos países), sugiro que avalie as alianças políticas do partido, no Brasil e no exterior, em particular na América Latina, e os anseios da própria militância petista (que, em última instância, foi quem o levou aonde agora está). E preste particular atenção às declarações que hoje proliferam sobre a truculência com que os 'movimentos sociais' tomariam o país de assalto no caso de uma eleição de Alckmin. Assim é a democracia petista: chegar o seu partido ao poder é a mais clara confirmação de consolidação democrática, mas alternar-se no poder com o adversário eleitoral é golpe, e deve ser punido com o devido rigor pelos 'verdadeiros representantes da opinião pública'. Os temerários e fascistas 'neoliberais' se esforçam para obter o sucesso eleitoral e ocupar, por esta via, seus gabinetes. Os 'democráticos' petistas pretendem varrer para sempre do cenário político nacional o 'perigo neoliberal' e assim mostrar que todos estarão seguros sob a sua guarda. Mas podemos dormir tranqüilos, pq mesmo uma eventual e imprevisível vitória da oposição será devidamente justiçada pelos paladinos do progresso social. Comunistas ou não, quem se importa? Malvado mesmo é o capitalismo 'neoliberal' e selvagem.