segunda-feira, novembro 13, 2006

A floresta, o "tranco", a chapa quente e o Redentor 11/11/2006


Esse texto foi escrito há um mês atrás,mas foi esquecido de postar... Um retrato de um dia pelo Rio de Janeiro. O tempo já expirou, enfim,usufruam-no...

Sábado com temperatura de 11 graus no Rio de Janeiro. Ainda não tive a oportunidade de um dia de sol com chances boas de ir pralguma praia famosa aqui na Cidade Maravilhosa.

Oportunidade boa pra conhecer o Redentor. Saímos do Recreio por volta de umas 14 horas - Eu, André e Rafael, este último inclusive, apesar de carioca, não anda pelo Redentor há mais de 20 anos. Pra ele, uma oportunidade de revisitar o ponto turístico mais lembrado do Rio. Pra mim, uma oportunidade única de conhecer finalmente "boy jeja"(apelido pinta rês de Jesus Cristo) lá do alto.

A viagem pro Corcovado incluiu uma passagem pela estrada sinuosa da Floresta da Tijuca - a maior floresta urbana do mundo, segundo consta. Um dos detalhes é que à medida que se subia, mais frio se tornava.

Para o Corcovado, pode-se incluir diversos caminhos por pontos diversos da cidade. Como se verificaria depois, o caminho pela floresta não seria dos mais profícuos...

Depois de inúmeros aclives e declives pela estrada do Corcovado na Tijuca, chegamos finalmente a um ponto no qual seguir-se-ia um caminho livre para acesso.

O que não sabíamos, e isso teria fundamental importância para os parágrafos nos quais escreverei a seguir, é que o caminho que achamos pela floresta estava interditado para carros. Inclusive uma cancela fechava o tal caminho. Mas o tal do "jeitinho" brasileiro, tão personificado pelo carioca, incorporou-se e abrimos a tal da cancela para seguirmos passagem.

No caminho proibido, via-se pedestres e ciclistas no sentido contrário ao nosso caminhando pela floresta. Claro que nos pareceu, nesse momento, que o caminho ia dar em merda, mas decidimos seguir. Qualquer coisa inventaríamos alguma desculpa.

Até apareceu um senhor sem camisa (corajoso,por sinal, vide o frio que fazia por lá) perguntando-nos se nós éramos da polícia ou se tínhamos permissão pra andar por ali. A informação que damos era de que a cancela estava aberta, portanto poderíamos passar. Que nada,boy.

O fim da linha aconteceu após encontrarmos um carro escrito "Tourism Police", ou "polícia de turismo". O policial dirigindo o carro já olhou atravessado para nós e pediu para nós pararmos. No que o sujeito perguntou:
- O que vocês estão fazendo aqui?
- Tamo indo por Corcovado.
- Como? Se a cancela da passagem tava fechada? A cancela só abre às 18h para carros.(eram umas 15:30h)
- Ué, nós vimos a cancela aberta e achamos que podíamos ir. Não tá certo não?(pelezagem explícita)
- Estranho...(o policial não disse mais nada)
A opção foi dar a volta pra pegar um outro caminho(desta vez pelo bairro da Tijuca). Ainda teríamos que ter tempo de abrir a cancela e deixá-la aberta para o policial imaginar que realmente estava. Conseguimos, de fato.
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Escapando do "tranco", fomos em direção pelo caminho do bairro da Tijuca. Rafael e André informaram que ali era um dos bairros "chapa quente" do Rio. Outrora, havia sido um bairro bastante elitista. Com o passar dos anos, a favelização transformou o bairro e hoje se trata de um bairro de classe média rodeado de favelas. A criminalidade pegou por lá.
Pelo mesmo caminho, mais um bairro chapa quente: o Estácio. Um dos maiores índices de violência da capital. Dizem que por lá dá tiroteio como caju dá no pé.
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Feito o caminho, passamos pelo bucólico bairro de Santa Tereza (famoso pelas narrativas de Machado de Assis) até ir pela estrada que daria para o Corcovado.

Frio do cão por lá, como de praxe nesses tempos de inverno. Chegando ao Redentor, avistamos um complexo turístico fuderoso.

O que impressiona é a vista panorâmica da cidade maravilhosa e os contrastes que se pode observar a partir dali. A "triste e linda" zona sul contrastando com a lírica conturbação dos morros e a desordem da zona norte. Cabe ainda destacar a imensidão da Baía da Guanabara, a Ponte Rio- Niterói e enrome mancha negra que degrada a Lagoa Rodrigo de Freitas.

Observações da tarde, por ora é só...

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