segunda-feira, dezembro 03, 2007
Semanário
Retornando às atividades do blog, depois de dias estafantes e pouco cronometrados - acho que dormi além da conta e combinei pessimamente. Sem contar com a falta de inspiração - esta inimiga de sempre para todo blogueiro que não tem de trabalhar sob pressão, como é meu caso, por exemplo.
Pois bem, inauguro isto que poder-se-ia chamar de um "Semanário" - acho que a palavra nem existe, mas permitam-me criar um neologismo.
É algo, digamos assim, sobre as impressões da semana. Ou o que foi mais ou menos relevante pra se tratar sobre ela.
Desta forma, começarei.
Terceiro Mandato
Nunca, de 10 anos pra cá, um estadista latino-americano havia causado tanta discórdia ideológica quanto Hugo Chávez. Os avanços sociais da Venezuela - que, cumpre salientar, cresceram gradualmente nos anos chavistas, não respaldam, por si só, a sua política. As constantes acusações da mídia venezuelana de oposição e da conservadora internacional fazem questão de apontar o caráter truculento de Chávez - o que de todo, não está errado.
O plebiscito ocorrido na Venezuela este domingo passado, que, dentre outras medidas, promovia a reeleição presidencial de caráter vitalício, veio aportar na mídia tupiniquim - em associações supostamente "perigosas" do presidente Lula com o colega venezuelano - nas quais a mídia do Sudeste aponta, com irritante frequência, o perigo de um terceiro mandato para Lula na proposição de sua reforma política.
Balela pura. A imprensa cumpre esse malfadado papel de manipular informações. Não há nada que se incline para um terceiro mandato. O que se quer é o escrutínio público de nosso presidente, que agrade a todos ou não, em perto de oito anos de mandato, não indicou em nada alguma manifestação anti-democrática, que merecesse o temor disfarçado de seus opositores. Alguém encontrou arbitrariedades ideológicas? Então que as prove veementemente. Não as manipule.
Historicamente, me recorda o temor "comunista" de Jango meses antes do Golpe de 64.
O plebiscito ocorrido na Venezuela este domingo passado, que, dentre outras medidas, promovia a reeleição presidencial de caráter vitalício, veio aportar na mídia tupiniquim - em associações supostamente "perigosas" do presidente Lula com o colega venezuelano - nas quais a mídia do Sudeste aponta, com irritante frequência, o perigo de um terceiro mandato para Lula na proposição de sua reforma política.
Balela pura. A imprensa cumpre esse malfadado papel de manipular informações. Não há nada que se incline para um terceiro mandato. O que se quer é o escrutínio público de nosso presidente, que agrade a todos ou não, em perto de oito anos de mandato, não indicou em nada alguma manifestação anti-democrática, que merecesse o temor disfarçado de seus opositores. Alguém encontrou arbitrariedades ideológicas? Então que as prove veementemente. Não as manipule.
Historicamente, me recorda o temor "comunista" de Jango meses antes do Golpe de 64.
A Função Social é um Roubo
Não, não sou eu que afirmo isto. É a Revista Veja, na edição da semana passada, querendo esquecer todo um passado do Estado Democrático de Direito, previsto na Constituição de 1988, destacando, em prol dos ruralistas ( a quem mais, caspita?) a necessidade de continuidade das propriedades improdutivas. Pois é: a função social da propriedade - princípio basilar dos direitos fundamentais emanados da Constituição da República Federativa do Brasil, é um roubo, aos olhos da Veja. Mandem a família Civita e o grupo Marinho promover uma nova reforma da Constituínte, pois sim?
Rebaixado
Corinthiano só presta se sofrer. Não tem outro jeito. Com 9 anos, comecei a torcer pelo Corinthians na final contra o Palmeiras, em 1993. Perdemos. Desde então, nunca mais me separei da mística e da sina dos mosqueteiros. Até estranhei o brasileirão de 98, 99 e 2005 e o mundial de 2000. Não tinha graça pra mim torcer por um time vencedor. Faltava alguma coisa: um quê das minhas memórias de infância, acostumadas com um Corinthians morrendo na praia.
Reencontrei o Timão em 2007 e rememorei tempos de outrora - na época em que eu era católico e pagava promessa pro time do Parque São Jorge ser campeão (sim, já fiz isso). Desta vez, foi parecido , mas o homem que foi menino envelheceu(apud Fernando Pessoa) e já não enxergava com brilho o fanatismo pelo seu time de coração. O que restou, somente, foi uma sensação estranha, a qual não conseguirei descrever neste post, nem como tantos outros corinthianos Brasil afora. O consolo que resta é acompanhar o timão aqui por Natal mesmo - torcendo a favor, contra o ABC e contra, num duelo contra o Mecão (meu time de coração por aqui).
Evoé, série B à vista.
Reencontrei o Timão em 2007 e rememorei tempos de outrora - na época em que eu era católico e pagava promessa pro time do Parque São Jorge ser campeão (sim, já fiz isso). Desta vez, foi parecido , mas o homem que foi menino envelheceu(apud Fernando Pessoa) e já não enxergava com brilho o fanatismo pelo seu time de coração. O que restou, somente, foi uma sensação estranha, a qual não conseguirei descrever neste post, nem como tantos outros corinthianos Brasil afora. O consolo que resta é acompanhar o timão aqui por Natal mesmo - torcendo a favor, contra o ABC e contra, num duelo contra o Mecão (meu time de coração por aqui).
Evoé, série B à vista.
Álbuns da semana
London Calling - The Clash
Cartola(1976) - Cartola
Fables of Reconstruction- REM
Mata Virgem - Raul Seixas
Por fim, a ressurreição de um post esquecido há tempos. Desta vez, destacando álbuns que escutei na semana.
Semana esta do Carnatal - carnaval fora de época da cidade que não presenciei, aliás, não presencio há tempos. Não tenho nada contra a festividade - pelo contrário, acho até um meio válido de escapismo e curtição desenfreada. Mas nos 4 dias desse evento, fiquei em casa e escutei estes albuns, bem mais agradáveis aos ouvidos do que os "u-lê-lê-lês" e os "ae-ae-aôs" :
Semana esta do Carnatal - carnaval fora de época da cidade que não presenciei, aliás, não presencio há tempos. Não tenho nada contra a festividade - pelo contrário, acho até um meio válido de escapismo e curtição desenfreada. Mas nos 4 dias desse evento, fiquei em casa e escutei estes albuns, bem mais agradáveis aos ouvidos do que os "u-lê-lê-lês" e os "ae-ae-aôs" :
London Calling - The Clash
Músicas de revolta("Hateful", "London Calling" e "Death or Glory"), memorialistas ( "Spanish Bombs"), Flerte com rockabilly("Brand New Cadillacs"), jazz ( "Jimmy Jazz"), reggae ( "Rudie Can't Fall" e "The Guns of Brixton"). E todo o mais ingrediente necessário para escutar a sempre mais original e envolvente banda punk da história.
Cartola(1976) - Cartola
"As Rosas Não Falam" é o carro chefe. Mas a redescoberta de Cartola após anos de ostracismo recompensaram-no com discos brilhantes como este de 1976. Tem mais música, é claro:"O Mundo é um Moinho", "Minha", "Sala de Recepção", "Senhora Tentação", "Cordas de Aço". Acompanhadas com cerveja, peixe frito e uma roda de amigos então, é uma beleza.
Fables of Reconstruction- REM
Afirmo que a banda de Michael Stipe, Mike Mills e cia. é o melhor grupo dos anos 80. A regularidade das músicas nessa fase áurea muito antes, ainda, dos também bons álbuns "Out of Time( da malhada "Losing My Religion") e "Automatic For The People", da fase noventista. "Fables of Reconstruction" , de 1985, é o melhor álbum da fase já citada, destaquem-se "Felling Gravity's Pull", "Maps And Legends", "Driver 8", "Life and How to Live It", "Can't Get There from Here" e "Kohoutek", além da brilhante "Green Grow The Rushes".
Mata Virgem - Raul Seixas
"Você é um pé de planta que só dá no interior",trecho da música homônima a este álbum de 1978. Raulzito sempre foi versátil. Da sua veia roqueira, despertam ainda o resgate regionalista de "Mata Virgem", o misticismo de "As Profecias", o brega-cult de "Planos de Papel", o pop abaionado de "Pagando Brabo", dentre outras variedades. É um álbum de minhas recordações de infância, durante as prolongadas viagens pelo interior do RN.
Encerro, por fim, e boa semana a todos.
Encerro, por fim, e boa semana a todos.
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