segunda-feira, novembro 27, 2006

MAC e América

Precisei ligar pra o ilustre amigo Julião na noite de sábado pra saber o resultado do América no Mineirão e arrancar uma boa notícia. Por sorte, não assisti ao jogo(certamente teria passado por fortes emoções) e fui pra Niterói com minha amiga Flávia conhecer o Museu de Arte Contemporânea, projetado por Oscar Niemeyer. Tiramos umas fotos por lá e ainda tivemos a oportunidade de conhecer e, com nossas mãos, elaborar pequenas obras de arte (bom, claro que de acordo com o conceito contemporâneo de arte...). Daqui a alguns posts mostrarei algumas fotos do projeto artístico, aguardem...

E parabéns,Mecão...Próximo ano Natal volta a sediar jogos da Série A.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Ou vai ou racha

Acompanhando do Rio de Janeiro a escalada do glorioso América de Natal à uma provável Primeira Divisão, nada é tão decepcionante quanto a derrota para o Santo André num Machadão lotado. Um empate garantiria de bate pronto a classificação. A cidade estava em festa - foguetório, carreata,o escambal. Tenho a impressão que o salto alto deve ter influenciado.
Outra oportunidade é possível, dessa vez sábado contra o Galo - campeão antecipado da Segundona. Como o Galo pretende dar festa pra torcida mineira, resta ao América ir no vai ou racha pra um empate ou uma difícil vitória.
Com a derrota, não significa permanência na Segundona.O Paulista, 2 pontos abaixo, precisa vencer o eliminado Brasiliense no Distrito Federal. Caso dê empate, a classificação segue pra equipe americana.

Agora é fazer figa pra uma possível festa na volta a Natal.

Homenagens




Faço aqui uma homenagem póstuma a duas personalidades que fizeram história cada uma a seu modo e em seu meio de profissão e mais do que nunca incorporam o espírito do "pior é a guerra" icorporado neste blog.
O primeiro trata-se do maior jogador de futebol antes da era Pelé: o húngaro Ferenc Puskas. Líder do forte escrete húngaro - maior selecionado de futebol de sua época, Puskas só não ganhou Copa do Mundo. Perdeu a final de 54 para a Alemanha. Até aí, já era um motivo pensar que "pior é realmente a guerra".
O "pior", porém, viria com desentendimentos do craque(que fazia parte do exército nacionalisto húngaro) com o governo comunista de seu país, sob forte pressão soviética. A solução foi fugir para a Espanha, aonde lideraria o Real Madrid ajudando a montar um dos melhores times do mundo com Di Stefano. Puskas só voltaria à Hungria após a dissolução do regime, onde retomaria o posto de herói nacional e serviria de exemplo.Morreu aos 79 anos, de Mal de Alzheimer.
O segundo é o diretor norte-americano e um dos maiores incentivadores do cinema independente, Robert Altman. O "pior é a guerra" vem justamente de um de seus filmes mais célebres: a comédia de humor negro M.A.S.H(1970). O filme parodia a incômoda situação da Guerra do Vietnã, presente à época, sob a ótica da Guerra da Coréia, em 1952. Relata o cotidiano de cirurgiões médicos encarando a vida de maneira cômica , diante do horror das mutilações e carnificina humana. A lógica é a mais que acertada: "Faça amor(humor), não faça a guerra". Altman morreu aos 81, de complicações cardíacas.
Tá dado o recado.

Lapso temporal

Quem estranha o fato de eu estar postando agora, depois de onze dias de lapso, não estranhe(e nem imagine que fui "esmagado" pela violência do Rio de Janeiro). Decorre que nos dias da semana o estágio na Agência Nacional do Petróleo tem tomado um bocado de tempo, sem contar nos finais de semana em que fui pra Ipanema,Búzios,Lapa,Petrópolis e mais algumas localidades.
Nao sei se relatando algumas histórias sobre o Rio de dez dias atrás vai ajudar a resolver alguma coisa. Já não seria um relato do cotidiano carioca, como eu planejava.
Bom, aguardem novos relatos, não vai demorar muito.

segunda-feira, novembro 13, 2006

A floresta, o "tranco", a chapa quente e o Redentor 11/11/2006


Esse texto foi escrito há um mês atrás,mas foi esquecido de postar... Um retrato de um dia pelo Rio de Janeiro. O tempo já expirou, enfim,usufruam-no...

Sábado com temperatura de 11 graus no Rio de Janeiro. Ainda não tive a oportunidade de um dia de sol com chances boas de ir pralguma praia famosa aqui na Cidade Maravilhosa.

Oportunidade boa pra conhecer o Redentor. Saímos do Recreio por volta de umas 14 horas - Eu, André e Rafael, este último inclusive, apesar de carioca, não anda pelo Redentor há mais de 20 anos. Pra ele, uma oportunidade de revisitar o ponto turístico mais lembrado do Rio. Pra mim, uma oportunidade única de conhecer finalmente "boy jeja"(apelido pinta rês de Jesus Cristo) lá do alto.

A viagem pro Corcovado incluiu uma passagem pela estrada sinuosa da Floresta da Tijuca - a maior floresta urbana do mundo, segundo consta. Um dos detalhes é que à medida que se subia, mais frio se tornava.

Para o Corcovado, pode-se incluir diversos caminhos por pontos diversos da cidade. Como se verificaria depois, o caminho pela floresta não seria dos mais profícuos...

Depois de inúmeros aclives e declives pela estrada do Corcovado na Tijuca, chegamos finalmente a um ponto no qual seguir-se-ia um caminho livre para acesso.

O que não sabíamos, e isso teria fundamental importância para os parágrafos nos quais escreverei a seguir, é que o caminho que achamos pela floresta estava interditado para carros. Inclusive uma cancela fechava o tal caminho. Mas o tal do "jeitinho" brasileiro, tão personificado pelo carioca, incorporou-se e abrimos a tal da cancela para seguirmos passagem.

No caminho proibido, via-se pedestres e ciclistas no sentido contrário ao nosso caminhando pela floresta. Claro que nos pareceu, nesse momento, que o caminho ia dar em merda, mas decidimos seguir. Qualquer coisa inventaríamos alguma desculpa.

Até apareceu um senhor sem camisa (corajoso,por sinal, vide o frio que fazia por lá) perguntando-nos se nós éramos da polícia ou se tínhamos permissão pra andar por ali. A informação que damos era de que a cancela estava aberta, portanto poderíamos passar. Que nada,boy.

O fim da linha aconteceu após encontrarmos um carro escrito "Tourism Police", ou "polícia de turismo". O policial dirigindo o carro já olhou atravessado para nós e pediu para nós pararmos. No que o sujeito perguntou:
- O que vocês estão fazendo aqui?
- Tamo indo por Corcovado.
- Como? Se a cancela da passagem tava fechada? A cancela só abre às 18h para carros.(eram umas 15:30h)
- Ué, nós vimos a cancela aberta e achamos que podíamos ir. Não tá certo não?(pelezagem explícita)
- Estranho...(o policial não disse mais nada)
A opção foi dar a volta pra pegar um outro caminho(desta vez pelo bairro da Tijuca). Ainda teríamos que ter tempo de abrir a cancela e deixá-la aberta para o policial imaginar que realmente estava. Conseguimos, de fato.
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Escapando do "tranco", fomos em direção pelo caminho do bairro da Tijuca. Rafael e André informaram que ali era um dos bairros "chapa quente" do Rio. Outrora, havia sido um bairro bastante elitista. Com o passar dos anos, a favelização transformou o bairro e hoje se trata de um bairro de classe média rodeado de favelas. A criminalidade pegou por lá.
Pelo mesmo caminho, mais um bairro chapa quente: o Estácio. Um dos maiores índices de violência da capital. Dizem que por lá dá tiroteio como caju dá no pé.
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Feito o caminho, passamos pelo bucólico bairro de Santa Tereza (famoso pelas narrativas de Machado de Assis) até ir pela estrada que daria para o Corcovado.

Frio do cão por lá, como de praxe nesses tempos de inverno. Chegando ao Redentor, avistamos um complexo turístico fuderoso.

O que impressiona é a vista panorâmica da cidade maravilhosa e os contrastes que se pode observar a partir dali. A "triste e linda" zona sul contrastando com a lírica conturbação dos morros e a desordem da zona norte. Cabe ainda destacar a imensidão da Baía da Guanabara, a Ponte Rio- Niterói e enrome mancha negra que degrada a Lagoa Rodrigo de Freitas.

Observações da tarde, por ora é só...

Observações rotineiras 09_10/11/2006

Das idas e vindas do caminho no ônibus Recreio-Centro, pude analisar algumas coisas sem precisar de guia:
- O Leblon é de longe o melhor bairro da Orla Sul, além de parecer bem mais barato. Mais tranquilo, calçadão com mulher bonita, clima de barzinho de esquina, pouca prostituição, além de lembrar bossa nova a cada rua.
- Copacabana dá mais turista que carioca mesmo. E prostituta a rodo. Terra de malandro também.
- A Barra é uma cidade dentro do Rio. Tem gente que não precisa sair de lá pro outro lado da cidade. Opção não falta. Dinheiro também não. Metro quadrado mais caro do Rio. É o bairro dos playba e das pat.
Por ora é isso mesmo.
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Atualizando

Os dias de estágio na ANP pela semana além do final de semana pra conhecer pontos da cidade do Rio de Janeiro e um artigo jurídico pra entregar nesta próxima quarta me impossibilitaram de atualizar essse blog.
Bom,lá vai.
Atualizando...

quarta-feira, novembro 08, 2006

Rolé - 06_07/11/2006

Permitam-me postar sobre estes dois dias e de uma só vez. Não é muito interessante descrever sobre uma rotina diária (que realizar-sé-á no mês todo) da casa para um local de trabalho. Ainda tem a volta no ônibus.
O Recreio é um bairro bastante afastado do Centro da cidade, onde se localiza o prédio da ANP. Preciso acordar de 5:50 da manhã para pegar um ônibus de 6:50, o qual realizará um longo percurso até o Centro. Cerca de uma hora e quarenta minutos de viagem e muito trânsito pelo caminho. O ônibus anda pela orla sul, das belas praias de São Conrado até Copacabana. É normal no início ficar deslumbrado com a bela paisagem urbana da orla, mas sinto que a partir da sexta-feira a sensação já será de encarar as coisas na normalidade e com um certo abuso.Resta a torcida pra chegar logo no Centro da cidade.
O trabalho dura das 09:00 às 18:00. Minha amiga Flávia, também de Natal e que estagia comigo, é a companhia de horas de trabalho, com uma aptidão imensa pra rir o tempo inteiro e bastante terna, o que gera diversão no itinerário. Ela está perto do Centro e me disse que já conhece boa parte dessa região. Estamos combinando para conhecer mais coisas da parte do centro: cinemas, museus, bibliotecas, mercados, etc.
O pessoal da ANP é simpático e prestativo. No meio do itinerário, em horário de almoço, e nos horários livres, rola dicas sobre a noitada no Rio de Janeiro e as opções em cada bairro da cidade.
Andar aqui pelo Centro, na volta, está se tornando tarefa bastante tranquila. Desmistifiquei já a idéia de que a violência poderia surgir a qualquer momento. Por ora, nada de mais. O caminho para o Recreio, o qual, à volta, parece ainda mais longínquo, se apresenta sem grandes surpresas.
No mais, é isso.

domingo, novembro 05, 2006

Mar de brigadeiro, céu de almirante - 04_05/11/2006

Resolvi postar os dois dias últimos dias desse fim de semana no Rio por não ter conseguido postar ontem.
Basicamente, dentro de uma ótica para quem reside na Barra da Tijuca e Recreio(este último bairro no qual estou hospedado) não se vê uma forte preocupação dos moradores em relação à criminalidade. A situação é tranquila e sem aquele clima de guerra apresentado nos jornais e televisão, mas isso, claro, é uma visão de quem está nos bairros da orla sul. A forte tensão social situa-se nos bairros periféricos, dos quais, sinceramente, quero manter distância. 99% do pessoal que mora nessa região certamente se trata de gente de bem, infelizmente os 1% restantes dominam a criminalidade presente. Quem sabe um dia, numa postura governamental mais incisiva, a situação social melhore. Espero, também, dentro do prazo de um mês que estarei aqui, não ser assaltado. Como trabalharei no Centro, corre-se esse risco, mas dizem os "experts" em Rio de Janeiro que deve-se andar acompanhado com a multidão pra pegar os pontos de ônibus.É ver pra crer.
Descobri também que pode-se andar por aqui, pra alguns cantos legais, sem precisar gastar muita grana. Para gente lisa como eu e com dinheiro contado na estadia aqui, isso é jogo. Tomei umas cervejas na Barra da Tijuca com o meu amigo André e seus amigos, num canto agradável, chamado Downtown - um shoppingzinho que fica lotado final de semana, sem precisar pagar entrada, gastando 15 reais pra cooperar na conta.
Tive a oportunidade de conhecer a Prainha, belíssima,por sinal, e com direito à visão privilegiada das montanhas e das mulheres cariocas. Não deu pra tomar banho lá devido à gelidez da água do mar.
Por ora, é isso, amanhã começa o trabalho no centro, quem sabe dê tempo de postar. Mantê-los-ei avisados.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Impressões Cariocas - 03/11/2006

Peguei um vôo tranquilo sem atrasos de Natal pro Rio de Janeiro em escala direta. A impressão da vista aérea da cidade é tal qual Tom Jobim descreve em "Samba do Avião". Dá uma certa emoção e um certo tom de calafrio na visão aérea da cidade, pois do Rio, para o que se pode esperar de uma grande metrópole é o inusitado, o desconhecido.Uma cidade bela com grandes contrastes sociais. É o mundo, rapaz, chega fiquei aperreado com tanta grandeza.
Estou situado na casa de um amigo meu em bairro belo e tranquilo: Recreio dos Bandeirantes. Aqui pode-se conversar à noite em pracinhas e andar sem ser incomodado, até porque se trata de um bairro residencial. É como perambular em cada bairro de Natal, claro, obviamente, com as devidas proporções.Soube que aqui é o bairro que mora Chico Buarque de Holanda,má!!! Interessante é que nos condomínios daqui só pode ser construído até três andares e cada qual mais bonito que o outro.
O trajeto até o Centro da cidade,aonde trabalharei em um mês é longo, mas, em se tratando de Rio de Janeiro não deixa de ser cativante. Peguei a orla sul com meu amigo e sua família de carro . Do Recreio andamos pela Barra, com um calçadão pomposo e muitas beleza naturais. Aliás,beleza natural é o que não falta,po. De lá, se não me engano, passamos pelo Leblon e pelo Bairro do Vidigal, que, apesar de ser favela, é até um canto fascinante. Depois, pela Avenida Niemeyer, chegamos à Praia de São Conrado, a qual, pela vista, me pareceu mais deslumbrante que Ipanema e Copacabana, que também são coisa de cinema, mas isso não direi mais pra não parecer tão óbvio. Tom Jobim e Vinícius dizem melhor por mim e sem precisar escrever em blog.
O interessante de conhecer uma cidade é justamente o elemento humano. E isso deu pra perceber no Centro. Puta merda. Ali é que é "mundo". Prédios aloprados e modernos contrastando com os históricos, de considerável valor para os "antigos" moradores. Lembranças de um Rio antigo, boêmio, de Noel, Cartola, Ismael Silva, Machado de Assis, etc,etc... Conheci o Clube Social da Marinha: um prédio antigo de 1800 e pouco, no qual se vê velhos reformados da marinha, em um pub localizado por lá, falando sobre política do tempo de Vargas, Jânio, Juscelino e, quiçá, dos tempos da República Velha, de Washington Luís pra mais antigamente.
Situação interessante(e cômica) é a caminhada pela parte histórica em que se localiza cinemas de pornografia, um, aliás, bastante conhecido pela boemia carioca: o Cine Íris. Da entrada se vê velhinhos desconfiados comprando e dando o ingresso para o bilheteiro, olhando pelos lados. Conseguia se perceber no semblante um certo tom de solidão(acho que Gabriel Garcia Marquez perceberia da mesma forma, não o quê? :P) . Frutos de uma boemia de tempos idos, não posso descrevê-las,por ora, talvez, andando pelo centro mais vezes consiga perceber esse histórico tão interessante.
Na volta, percebe-se uma infinidade de prédios: cada um mais grandioso que o outro. E uma cidade impressionante dentro do Rio, pelo alto: a magnética Rocinha. Bastante bela vista por cima.
No momento, essas são as impressões deste humilde relator nordestino diante da magnitude dessa cidade. Talvez deva me sentir como em "Lamento Sertanejo", música de Gil em co-autoria com Dominguinhos.Ouçam-na.
Despeço-me dos leitores por hoje, amanhã tem mais.